Aneel aprova aumento de até 64% nas taxas extras cobradas na conta de luz

Aneel aprova aumento de até 64% nas taxas extras cobradas na conta de luz.

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou hoje um novo reajuste nos valores das bandeiras tarifárias. A maior alta será de 63,7%, no valor da bandeira de patamar vermelho 1. O patamar vermelho 2 aumentará 3,2%. Já a bandeira amarela vai subir 59,5%, enquanto a verde seguirá sem cobrança. Os valores entram em vigor em 1º de julho, e valem até meados de 2023.

As bandeiras tarifárias são uma cobrança de taxa extra, adicionadas às contas de luz, indicando aumento no custo de produção de energia no país.

Bandeira verde: sem cobrança adicional; Bandeira amarela: de R$ 1,874 para R$ 2,989 por megawatt-hora (MWh) no mês – (+ 59,5%); Bandeira vermelha patamar 1: de R$ 3,971 para R$ 6,500 por megawatt-hora (MWh) no mês – (+ 63,7%); Bandeira vermelha patamar 2: de R$ 9,492 para R$ 9,795 por megawatt-hora (MWh) no mês- (+3,2%). Os valores aprovados foram maiores do que os colocados em consulta pública. Segundo os aumentos propostos, a bandeira amarela teria um adicional de 56% na taxa, a vermelha 1 de 57%, e a vermelha 2 foi estimada com redução de 2% na ocasião. A consulta ficou aberta entre 14 de abril e 4 de maio. Segundo a Aneel, a mudança se deu devido a acréscimos nos valores de cálculo.

Desde 16 de abril está em vigor no Brasil a bandeira verde, quando foi antecipado o fim da bandeira de escassez hídrica. Com isso, não há valor adicional cobrado nas contas atualmente. De acordo com a Aneel, é possível que o cenário permaneça esse até dezembro deste ano, já que houve recuperação dos reservatórios das hidrelétricas. O diretor-geral do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Luiz Carlos Ciocchi, também afirmou esperar que a conta de luz fique sem taxas extras neste ano.

Energia solar terá expansão recorde no mundo em 2022

Energia solar terá expansão recorde no mundo em 2022

Previsão é que a capacidade da fonte atinja a marca de 190 GW pela primeira vez em um único ano

Em 2022, a capacidade das fontes renováveis em todo o mundo deverá atingir um crescimento recorde de 8% na comparação com 2021, ultrapassando a marca de 300 GW pela primeira vez em um único ano, segundo estimativa da IEA (International Energy Agency).

Deste montante, a energia solar será responsável por cerca de 60% do aumento, atingindo seu melhor resultado em toda historia, com o comissionamento de 190 GW e um ganho de 25% na comparação com 2021. 

Segundo a Agência, além da expansão natural das renováveis, outros motivos explicam o crescimento recorde das fontes limpas são as políticas aceleradas de transição energética adotadas pela União Europeia, China e Estados Unidos. 

Na China, o governo local tem investido em subsídios para projetos de energia limpa, visando zerar as emissões de carbono de seus municípios. “Fora da China, a União Europeia foi o segundo maior mercado em termos de aumento de capacidade, com a região superando pela primeira vez o recorde histórico em 2011”, destaca a IEA.

“A energia solar fotovoltaica sozinha representou a maioria da expansão no ano passado devido à aceleração de projetos na Espanha, França, Polônia e Alemanha, que foi impulsionada por uma combinação de leilões liderados pelo governo e incentivos solares fotovoltaicos distribuídos”. ressalta a entidade.

Já com relação aos Estados Unidos, a Agência explica que a expansão das renováveis, em especial da solar, continuou a aumentar graças aos créditos fiscais de investimento, disponíveis até 2023-2024. “Isto proporcionou um ambiente político relativamente estável, mesmo que a oferta dos desafios logísticos e de cadeia tenha impedido um crescimento muito mais rápido”.

Energia solar em 2023 

Ainda de acordo com a IEA, a menos que novas políticas e mais fortes sejam implementadas em 2023, as energias renováveis ​​globais as adições de capacidade devem permanecer estáveis ​​em comparação com 2022. 

No entanto, apesar do cenário de estagnação, a entidade entende que a solar deve ser a única fonte que crescerá e atingindo a barreira dos 200 GW. Enquanto isso, a expansão da energia eólica e da bioenergia deverão seguir estáveis e a energia hidrelétrica 40% menor.

Aneel aprovou reajustes em tarifas de 13 distribuidoras de 11 estados neste ano

Aneel aprovou reajustes em tarifas de 13 distribuidoras de 11 estados neste ano

Em quatro casos, efeito médio dos aumentos anuais ultrapassou a barreira dos 20%

Com os reajustes autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de 19,98% nas tarifas da Neonenergia, em Pernambuco, e de 18,88% nas da Equatorial Energia Alagoas, 13 concessionárias de 11 estados já tiveram seus reajustes anuais aprovados pela agência. Em 12 casos, o efeito médio supera os dois dígitos e, em quatro, rompem a barreira dos 20%. A mais elevada delas é a da Enel do Ceará, com impacto de 24,8%.

No entanto, o impacto foi semelhante para clientes da potiguar Corsen (20,36%), da baiana Coelba (20,54%) e da mato-grossense Energisa (24,88%). A Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres (Abrace) projeta um reajuste anual médio de 15%, considerando os já realizados os previstos para o segundo semestre.

“O consumidor do mercado regulado só percebe o custo quando é feito o reajuste tarifário. A operação das térmicas foi muito cara, acompanhada da inflação, já que os contratos das distribuidoras estão indexados a ela. A Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), das térmicas, subiu bastante, mas não é só isso. A tarifa banca uma série de despesas com políticas públicas que nada tem a ver com o setor elétrico, como irrigação e saneamento”, afirma Iocca.

A CCC é uma despesa que está inserida na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), um encargo setorial que funciona como uma espécie de guarda-chuva. Ele remunera uma série de programas governamentais e subsídios previstos com custeio em tarifa.

Diretora do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico (Ilumina) e integrante do Grupo de Economia de Energia do Instituto de Economia da UFRJ, Clarice Ferraz entende que os aumentos corroem a redução tarifária prevista com o fim da bandeira de escassez hídrica. O fenômeno contribuiria também para a persistência inflacionária.

Nesta quarta-feira (27), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a prévia da inflação de abril, estimada em 1,73%. É o maior patamar para o mês desde abril 1995, e o maior desde fevereiro de 2003, considerando todos os meses.

“A bandeira verde não servirá para nada, porque o aumento tarifário, previsível, já vai impactar severamente o pequeno consumidor. A maioria dos aumentos autorizados pela Aneel está bem acima da inflação. Agora, eles vão pressionar componente habitação e afetar a produtividade das indústrias. E as distribuidoras não estão em dificuldades financeiras como estão os consumidores. É necessário repensar melhor a repartição dos ganhos”, avalia a Clarice Ferraz.

Os processos tarifários têm diferentes datas de aniversário e, por isto, seus cálculos são feitos com dados diferentes para reajuste. Outras 13 distribuidoras ainda terão seus reajustes avaliados pela Aneel até o fim de julho.

Reajustes já aprovados: Eneel Ceará (24,88%), Energisa-MT (22,55%) Coelba (21,13%), Corsen-RN (20,36%), Equatorial Alagoas (19,88%), Equatorial-PE (18,98%), Energisa MS (18,16%), Enel RJ (16,86%), Energisa Sergipe (16,24%), CPFL Paulista (16,42%), Light-RJ (14,68%), EBO-PB (9,35%) e CPFL Santa Cruz (8,83%).

Evento na Alemanha discutirá novas oportunidades para setor solar no Brasil

Evento na Alemanha discutirá novas oportunidades para setor solar no Brasil

The smarter E Europe promoverá encontro entre profissionais do mercado fotovoltaico para realizarem networking

A energia solar ganhou uma participação significativa na matriz energética brasileira. O país, inclusive, foi o 4º país no mundo que mais acrescentou capacidade fotovoltaica em 2021, com novos 5,7 GW.

Além da solar, outras tecnologias também vislumbram um grande potencial de mercado no Brasil, como o H2V (hidrogênio verde).

Em meio a este cenário, o The smarter E Europe, a maior plataforma da Europa para o setor de energia, irá promover, no dia 12 de maio, um evento de networking para discutir novas oportunidades e mostrar o potencial do mercado de energia renovável brasileiro.

O encontro, que será realizado no ICM (International Congress Center Messe München), em Munique, na Alemanha, terá apoio da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), AHK Rio de Janeiro e NewCharge Energy.

Entre os convidados, estão Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), Markus Vlasits, diretor administrativo da NewCharge, e Loana von Gaevernitz Lima, diretora adjunta de Entrada no Mercado e Desenvolvimento de Negócios da AHK.

Também estarão presentes: Florian Wessendorf, diretor-geral da Solar Promotion International, e Gioia Müller-Russo, gerente de Projetos da empresa.

A participação é gratuita. Para se inscrever, clique aqui.

Sobre o Intersolar Europe

As renováveis estão se tornando um componente cada vez mais crucial dos planos para atingir as metas climáticas e garantir o fornecimento de energia. Da geração e armazenamento à distribuição e uso – no futuro, a chave será garantir que as áreas individuais estejam conectadas de forma inteligente entre si.

A solar fotovoltaica está em ascensão, e a indústria de armazenamento, a eletromobilidade e a infraestrutura de carregamento também estão seguindo o exemplo.

Este mundo da energia e as regras em jogo nos mercados nacional e internacional serão explicados pelos principais especialistas nas quatro conferências que acontecem no Intersolar Europe, realizado do dia 11 até 13 de maio, na Alemanha.

Maior base de dados climáticos do setor solar será construída no Brasil

Maior base de dados climáticos do setor solar será construída no Brasil

Plataforma digital trará informações de diversas variáveis meteorológicas que impactam o segmento fotovoltaico e eólico

O laboratório de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Climatempo fechou uma parceria com a Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ – Brasil) e com a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) para a construção da maior base de dados direcionada ao segmento solar e eólico.

O projeto, que traz informações de diversas variáveis meteorológicas que impactam diretamente estes setores, tem como objetivo o desenvolvimento e a disponibilização de uma plataforma digital onde estará disponível uma base de dados climáticos.

Além disso, traz um conjunto de produtos e ferramentas visando a geração de informação que contribui para um planejamento de investimentos mais eficiente para o setor.

“Todos os dados disponíveis serão validados por meio de técnicas estatísticas e dos dados observacionais disponíveis, de maneira que o produto final seja extremamente calibrado e confiável para o planejamento destes mercados”, destacou a Climatempo em nota.

Na plataforma, estarão disponíveis dados para todo o Brasil dos últimos 40 anos de velocidade e direção do vento em diferentes altitudes, radiação solar, entre outros.

“Esta plataforma deverá se tornar referência para o setor eólico e solar, de maneira que qualquer instituição poderá fazer uso da mesma”, disse a empresa, acrescentando que o projeto já teve início e deverá ficar disponível até o final do ano.

“Este referencial trará um conjunto de produtos para estes segmentos com dados embasados em observações, multimodelos com métodos e critérios técnico-científicos que visem a produção de insumos que contribuam para uma alocação eficiente dos investimentos públicos e privados no setor de energia”, concluíram.

Brasil tem uma das contas de luz mais caras do mundo

Brasil tem uma das contas de luz mais caras do mundo

Pesquisa aponta que os brasileiros pagam cerca de R$ 12 bilhões por mês em tributos

Conforme noticiado pelo Canal Solar, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) propôs aumentos de mais de 50% no custo das bandeiras tarifárias no Brasil.

Os novos valores devem valer para 2022 e 2023, mas a proposta ainda pode sofrer alterações durante a consulta pública, que estará aberta até 4 de maio.

Esse dado vem ao encontro dos números que contam em um levantamento realizado pela ABRACE (Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia).

A pesquisa apontou que os brasileiros pagam cerca de R$ 12 bilhões por mês em tributos e subsídios na conta de luz. Houve alta de 47% no valor dessas taxas e encargos ao longo dos últimos quatro anos.

De acordo com a Abrace, o custo da energia no Brasil, em relação à renda per capita, é hoje o segundo maior do mundo, atrás somente da Colômbia, entre 33 países pesquisados.

Esses sucessivos aumentos e reajustes, além dos tributos e subsídios, mostram que o caminho para uma matriz de geração menos dependente da geração hidráulica é fundamental.

“Existe um potencial gigantesco a ser desbravado quando falamos de matrizes limpas, como energia solar, por exemplo, uma alternativa muito mais econômica e melhor para o meio ambiente”, disse André Cavalcanti, CEO da Elétron Energy.

Crescimento da energia solar

A energia fotovoltaica está em pleno crescimento no Brasil. Segundo dados da Greener, por exemplo, o volume de projetos em GC (geração centralizada) se aproxima da marca de 45 GW.

De acordo com o documento, dos 43,7 GW em projetos, tanto no ACL (Ambiente Livre de Contratação) como no ACR (Ambiente de Contratação Regulada), cerca de 4,8 GW já estão em operação, enquanto 3,9 GW estão em construção e outros 35 GW ainda não iniciaram a construção.

Além disso, dados atualizados pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) apontaram que o Brasil foi o 4º país no mundo que mais acrescentou capacidade fotovoltaica em 2021, com novos 5,7 GW.

O país também subiu uma posição no ranking mundial da fonte solar, assumindo a 13ª colocação de nações com maior capacidade instalada.

Brasil no caminho da marca dos 45 GW em projetos de GC solar

Brasil no caminho da marca dos 45 GW em projetos de GC solar

Estudo da Greener ainda aposta em um grande crescimento da modalidade nos próximos dez anos

O volume de projetos em GC (geração centralizada) de energia solar se aproxima da marca de 45 GW, de acordo com um novo estudo divulgado pela Greener, umas das principais empresas de consultoria e pesquisa do mercado de energia solar do Brasil. 

O estudo tem como objetivo analisar o panorama do mercado de empreendimentos solares de grande porte nos ambientes de contratação livre e regulado, criando também referências para projetos atuais e futuros de acordo com a dinâmica do mercado e impactos na atratividade, além de demonstrar como o setor fotovoltaico de geração centralizada evoluiu nos últimos anos.

De acordo com o documento, dos 43,7 GW em projetos, tanto no ACL (Ambiente Livre de Contratação) como no ACR (Ambiente de Contratação Regulada), cerca de 4,8 GW já estão em operação, enquanto 3,9 GW estão em construção e outros 35 GW ainda não iniciaram a construção.

Do montante que já está em operação no país, pouco mais de três quartos foram comercializados no ACR, formado pelos consumidores cativos, na qual a energia é comprada pelas distribuidoras por meio de leilões e o preço é determinado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Com relação aos complexos outorgados, cerca de 82% são ou serão conectados à rede básica (com potência igual ou maior a 230 kV), indicando uma tendência das novas outorgas a se conectarem em níveis mais altos de tensão, devido ao maior porte dos projetos e à própria disponibilidade da rede elétrica. 

Em média, os novos empreendimentos aumentaram de tamanho em relação às usinas já em operação, segundo a Greener. “O ganho de eficiência com o incremento da escala tem incentivado os empreendedores a desenvolverem projetos de maior porte, o que otimiza o investimento e os custos operacionais”, destaca o estudo. 

Projeções de Mercado 

A pesquisa da empresa de consultoria mostra ainda que, nos próximos 10 anos, são esperados no país um acréscimo de mais de 27 GWm em relação ao cenário de referência anterior, o que representaria um aumento de 38% em relação ao ano de 2021. 

Os prazos para implementação das outorgas emitidas da ANEEL apontam também, segundo o documento, para um total de 38 GW em operação até 2027, sendo a maior parte (37,7 GW) destinados ao ACL e apenas 2,3 GW destinados ao ACR. Aproximadamente, 32 GW do total ainda não tiveram a construção iniciada. 

Cadeira de Fornecimento

De acordo com o estudo da Greener, mais da metade do montante de empreendimentos solares no Brasil foram financiados pelo BNB (Banco do Nordeste). 

Contudo, a Debênture foi a principal forma de captação de recursos dos novos empreendimentos mapeados pela Greener entre 2021 e março de 2022, se tornando uma importante alternativa de financiamento.

O total de volumes novos contratos de fornecimento de módulos mapeados foi de 4,3 GWp, um crescimento de 17% em relação ao mapeado no ano anterior (3,6 GWp). De 2018 até o fechamento do estudo, o país acumulava pouco mais de 12 GWp. 

Módulos e inversores 

Segundo o estudo, os módulos fotovoltaicos utilizados nos empreendimentos são majoritariamente importados, representando 97% do montante acumulado. 

Neste novo estudo, por exemplo, a Greener informou que não houve contratação de módulos de origem nacional entre 2021 e março de 2022.

Já com relação aos inversores, apesar da topologia central representar a maior parte dos equipamentos utilizados nas usinas de geração centralizada, quem vem ganhando espaço em usinas de grande porte são os inversores strings.  

Sua participação avançou de 10% em 2019 para 38% em 2021. Dos contratos fechados entre 2021 e março de 2022 cerca de 39% foram de topologia string, comparado com 66% do ano anterior.

Solar foi a fonte renovável com maior adição global de energia em 2021

Solar foi a fonte renovável com maior adição global de energia em 2021

Dados da IRENA mostram que a capacidade de geração FV aumentou 19% no mundo, seguida pela eólica com 13%

Novos dados divulgados pela IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável) mostram que as energias limpas continuam a crescer e ganhar impulso em todo mundo, apesar das incertezas globais. 

De acordo com a Agência, até o final de 2021, a capacidade mundial de geração renovável totalizou 3.064 GW, aumentando o estoque de energia renovável do planeta em 9,1%.

Embora a energia proveniente de hidrelétricas represente ainda a maior parte da capacidade total de geração renovável, com 1.230 GW, as Estatísticas de Capacidade Renovável da IRENA 2022 mostram que as fontes solar e eólica continuaram a dominar a nova capacidade de geração. 

Juntas, ambas as tecnologias contribuíram com 88% para a participação de toda a nova capacidade renovável em 2021. A capacidade solar liderou com um aumento de 19%, seguida pela eólica, que aumentou sua expansão em 13%.

“Este progresso contínuo é outro testemunho da resiliência das energias renováveis. Seu forte desempenho no ano passado representa mais oportunidades para os países colherem os múltiplos benefícios socioeconômicos das energias renováveis”, disse o diretor-geral da IRENA, Francesco La Camera.

O executivo ressaltou, contudo, que, apesar da tendência global encorajadora, outros estudos recentes da entidade, como o World Energy Transitions Outlook, revelam que a transição energética “está longe de ser rápida ou ampla o suficiente para evitar as terríveis consequências das mudanças climáticas”, frisou. 

“Nossa atual crise energética também aumenta a evidência de que o mundo não pode mais depender de combustíveis fósseis para atender sua demanda de energia. O dinheiro direcionado para usinas de combustível fóssil produz resultados pouco gratificantes, tanto para a sobrevivência de uma nação quanto para o planeta”, reforçou La Camera.

No entendimento da IRENA, as energias renováveis precisam se tornar norma em todo o mundo e crescer a um ritmo mais rápido do que a demanda de energia para que o planeta consiga mitigar os efeitos do aquecimento global. 

No entanto, a entidade aponta que muitos países ainda não chegaram a esse ponto, apesar de aumentar significativamente o uso de renováveis ​​para geração de eletricidade.

Números 

De acordo com a IRENA, cerca de 68% da nova capacidade de energia renovável em 2021 foi adicionada na Ásia, resultando em um total de 1,46 TW de capacidade. No continente, a China foi o maior contribuinte, adicionando 121 GW. 

Na Europa e na América do Norte foram, respectivamente, 39 GW e 38 GW adicionados durante o ano. A capacidade de energia renovável também cresceu 3,9% na África e 3,3% na América Central e no Caribe.

“Apesar de representar um crescimento estável, o ritmo em ambas as regiões é muito mais lento do que a média global, indicando a necessidade de uma cooperação internacional mais forte para otimizar os mercados de eletricidade e impulsionar investimentos maciços nessas regiões”, avaliou a IRENA. 

Destaques por tecnologia

  • Energia hidrelétrica: O crescimento da hidrelétrica aumentou de forma constante em 2021, com o comissionamento de vários grandes projetos atrasados ​​até 2021;
  • Energia eólica: A expansão eólica continuou a um ritmo mais baixo em 2021 em relação a 2020 (+93 GW em comparação com +111 GW no ano passado);
  • Energia solar: Com um aumento na nova capacidade em todas as principais regiões do mundo nos anos anteriores, a capacidade solar global total agora superou a capacidade de energia eólica;
  • Bioenergia: A expansão da capacidade líquida aumentou em 2021 (+10,3 GW em comparação com +9,1 GW em 2020);
  • Energia geotérmica: A capacidade geotérmica teve um crescimento excepcional em 2021, com 1,6 GW adicionados;
  • Eletricidade fora da rede: A capacidade fora da rede cresceu 466 MW em 2021 (+4%) para atingir 11,2 GW.

Governo do Rio investirá R$ 80 milhões em projetos de energia solar

Governo do Rio investirá R$ 80 milhões em projetos de energia solar

Recursos serão utilizados para beneficiar produtores rurais, escolas, hospitais e casas populares

O Governo do Rio de Janeiro anunciou, nesta terça-feira (19), que vai disponibilizar cerca de R$ 80 milhões para subsidiar projetos de energia solar nos municípios cariocas. 

Os investimentos, que ficarão em um fundo estruturado pela AgeRio (Agência Estadual de Fomento), serão usados para beneficiar produtores rurais, escolas, hospitais e casas populares.

Segundo o governador Cláudio Castro (PL), a iniciativa tem como objetivo estimular o desenvolvimento sustentável no Estado que, segundo ele, tem vocação para se tornar referência na transição energética do país, em uma matriz mais diversificada e limpa.

“Além dos benefícios ambientais, a energia solar é barata e gera economia, empregos e renda para a população”, afirmou Castro.

Desde 2012, a geração própria de energia solar já proporcionou ao Rio de Janeiro atração de quase R$ 2 milhões em investimentos, com geração de mais de 10,2 mil empregos.

De acordo com dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), atualizados em 13 de abril, o Rio de Janeiro é o sétimo estado do país com maior volume de potência instalada em sistemas GD (geração distribuída), com pouco mais de 409 MW.

O Estado também possui atualmente cerca de 56,1 mil UCs (Unidades Consumidoras) recebendo créditos e mais de 48,2 mil usinas fotovoltaicas instaladas 100% de seus municípios. Ou seja, todas as 92 cidades cariocas contam hoje com ao menos um sistema de GD instalado. 

ANEEL propõe aumento de até 57% nos valores das bandeiras tarifárias

ANEEL propõe aumento de até 57% nos valores das bandeiras tarifárias

Reajustes nas bandeiras amarela e vermelha 1 aumentariam a conta de luz dos brasileiros em 5% e 10% a partir de 2022

A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) abriu, nesta terça-feira (12), uma consulta pública com o intuito de aumentar em até 57% o valor das bandeiras tarifárias no Brasil nos anos de 2022 e 2023. 

Pela proposta, o valor da bandeira tarifária amarela aumentará 56%, de R$ 1,874 para R$ 2,927 a cada 100 kWh consumidos pelo consumidor, enquanto a bandeira vermelha 1 subirá 57%, de R$ 3,971 para R$ 6,237.

Os reajustes nas duas modalidades de bandeiras implicariam em um aumento na conta de luz residencial de 5% e 10%, respectivamente, quando forem acionadas. 

Já a bandeira vermelha 2 terá uma leve redução, de 1,7%, de R$ 9,492 a cada 100 kWh para R$ 9,330.

Mesmo assim, o valor representa um aumento de 15% ante a tarifa residencial média vigente.

A proposta ainda pode sofrer alterações durante a consulta pública, tendo em vista que sugestões poderão ser enviadas para a ANEEL, entre os dias 14 de abril e 4 de maio. De acordo com a Agência, os aumentos propostos são motivados, principalmente, por causa:

  • Da elevação do preço dos combustíveis, que praticamente dobrou no ano passado;
  • Da inflação medida pelo IPCA, que fechou o ano passado com alta de 10,06% em relação a 2020;
  • Dos efeitos causados pela crise hídrica, que forçou a contratação e o acionamento de usinas de energia térmica ao longo do ano passado. 

Bandeira verde em 2022

Mesmo com todos os problemas listados, a ANEEL confirmou o que foi dito, nesta semana, pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico),  destacando que a revisão dos valores não devem trazer impacto na contas de luz dos brasileiros em 2022, já que há uma grande probabilidade de permanência de bandeira verde (sem custo adicional) até dezembro.

As duas entidades afirmam que o volume de chuvas registrado desde o final do ano passado e a atual situação dos principais reservatórios brasileiros permitirá ao país atravessar o restante do ano de forma mais segura do que em relação a 2021, quando o Brasil ficou à beira de um colapso de energia em razão da maior crise hídrica dos últimos 91 anos. 

Bandeiras tarifárias

O sistema de bandeiras tarifárias é o que define o real custo da energia no Brasil. Quando as condições de geração de energia não são favoráveis, é preciso acionar as usinas termelétricas, elevando os custos. 

Assim, cobranças adicionais têm por objetivo cobrir a diferença e também funcionam para frear o consumo da população. A bandeira verde é a modalidade que conta com isenção da tarifa, quando a capacidade das usinas hídricas encontram-se em boas condições. 

Já as cores amarela ou vermelha (nos patamares 1 e 2) variam respectivamente, de acordo com as condições de geração, enquanto que a bandeira Escassez Hídrica, a mais cara de todas e criada em setembro do ano passado, é acionada apenas em momentos de extrema gravidade.